terça-feira, dezembro 29

Presidente da maior empresa de shoppings do Brasil

Gosto de histórias de empreendedores que construíram pequenos impérios do nada. Este sujeito abaixo encaixa-se neste perfil. A reportagem é simples, mas tem lições interessantes. Da Exame, dia 28/12.


Para Multiplan, é hora de apostar na classe C

Presidente da maior empresa de shoppings do Brasil em faturamento diz que vai construir 4 novos empreendimentos e que as classes A e B já não são o foco

Ao longo dos últimos 34 anos, José Isaac Peres construiu a maior administradora de shopping centers do Brasil em faturamento e rentabilidade por metro quadrado, a Multiplan. A empresa tem um valor de mercado de 5,6 bilhões de reais e administra 13 shopping centers próprios, incluindo o ShoppingMorumbi (São Paulo), o BarraShopping (Rio de Janeiro) e o BHShopping (Belo Horizonte. Na época em que foram construídos, esses empreendimentos estavam localizados em áreas pouco habitadas das três cidades - mas que hoje se transformaram em centros de riqueza, impulsionando as vendas. Nessa entrevista aos gestores da Rio Bravo Investimentos, o fundador e presidente da Multiplan diz ter uma ótima intuição para o negócio de shoppings, que, segundo, ele é "mais arte do que engenho". "Tem que olhar para o local e dizer: 'Este serve ou este não serve'."

Peres também afirma que trabalha para cumprir a promessa de dobrar a companhia em cinco anos feita a investidores em 2007, durante o road show para sua oferta inicial de ações. Apesar de ter um portfólio de shoppings mais voltado para as classes A e B, sua intuição agora diz que é hora de olhar para a classe C. A Multiplan planeja construir quatro novos shoppings, em São Caetano, Barra, Campo Grande e Jundiaí. Leia a seguir os principais trechos da entrevista:

Pergunta - Quando você percebeu que seu negócio era o varejo?

José Isaac Peres - Eu comecei a trabalhar muito cedo porque precisava ajudar em casa. Nos primeiros anos da faculdade, já trabalhava como corretor de imóveis. Eu ia de manhã à faculdade e à tarde tinha tempo para vender meus apartamentos. E me dei muito bem nesse negocio, fundei uma empresa chamada Veplan em 1963. Por que Veplan? Porque tudo que é meu tem “plan”, influenciado pelas idéias do planejamento macroeconômico, já que a minha faculdade ensinava economia de estado, não microeconomia. Essa empresa se desenvolveu muito, foi a maior empresa de promoção de vendas do país. Depois se tornou incorporadora e construtora e, finalmente, até dona de banco e de shopping center. Em 1971, eu abri o capital dessa empresa na Bolsa do Rio de Janeiro. As ações saíram de 1 cruzeiro para 6 cruzeiros em 60 dias. Eu ainda comprei mais ações, estava empolgado no meu negócio e achava que ação ia a 1.000 cruzeiros, mas, na verdade, eu não entendia nada de bolsa.

Pergunta - Mas com que recursos você ergueu essa empresa?

Peres - Minha grande faculdade foi a vida, o trabalho. Meu primeiro grande desafio começou ao me associar a pessoas num negócio, um empreendimento na rua do Resende (RJ), um edifício de 180 apartamentos de sala e quarto conjugado. Eu não tinha o capital e entrei simplesmente assumindo a dívida. Cheguei em casa com uma escritura debaixo do braço. Meu pai perguntou o que era aquilo. Primeiramente achou que era brincadeira. Depois que ele viu que era verdade, perguntou como eu pagaria a dívida. Eu disse que pagaria a dívida vendendo. Ele perguntou: "E se não vender?”. Eu disse: "Eu não tenho nada a perder porque eu não tenho nada."

Em 90 dias lancei o prédio - naquela época as coisas eram menos complicadas - e vendi tudo em 15 dias. Com isso montei a minha primeira empresa. Com ela fiz centenas de empreendimentos imobiliários e construí meu primeiro shopping center, o Ibirapuera, em São Paulo. Quando vendi minha parte na Veplan - porque meus sócios quiseram se tornar banqueiros e compramos de fato um banco - eu disse: "Nós não temos vocação para ser banqueiros e evidentemente o banco vai quebrar a empresa."

Um dia, sem nenhum arrependimento, disse aos meus sócios que gostaria de sair do negócio para montar outro pois sabia que o banco iria quebrar a empresa. De fato, dez anos depois a empresa quebrou, mas eu já havia montado a Multiplan em 1975. Já tinha 12 anos de experiência como empresário e um enfoque diferente. Achei que a partir dos anos 70, com a crise do petróleo, as coisas iriam mudar. Achei que tinha um novo filão no mercado, que era o shopping center. Em 1977 comecei a construir o shopping de Belo Horizonte e em 1979 ele foi inaugurado.

Pergunta - Você sabia um pouco de varejo?

Peres - Eu fui aprendendo sobre o varejo no tempo do shopping Ibirapuera. Eu sou um homem de desenvolver projetos. Mas eu digo que é mais arte que engenho. É um negócio intuitivo. Você tem que olhar para o terreno e dizer se vai dar certo. Eu construí um shopping em Belo Horizonte na antiga estrada Rio-BH quando aquilo era um deserto, não tinha nem luz. Ninguém acreditava e hoje a cidade se mudou para lá. Então eu acertei.

Em Ribeirão Preto eu comprei um pedaço de uma fazenda de cana-de-açúcar em que o meu consumidor mais próximo era um espantalho da fazenda. Não tinha ninguém lá e hoje é uma cidade. Vim para a Barra da Tijuca quando isso aqui era um areal, o pessoal vinha muito aqui pescar siri. E nós construímos um shopping, o BarraShopping, que alavancou o desenvolvimento da Barra. Construí o MorumbiShopping, que alavancou toda a região da Berrini. Os shoppings estavam localizados em regiões que explodiram demograficamente. Hoje o valor deles é infinitamente maior.

Pergunta - A alma do negócio de shopping center é entender bem de varejo ou dominar a parte imobiliária e saber para onde vai crescer a cidade?

Peres - Tem muita gente que vem para o mundo do shopping achando que é só varejo, mas não é. É um pouco imobiliário e um pouco varejo. Minha sorte é que comecei por baixo como corretor de imóvel até me tornar incorporador, construtor e banqueiro. Fiz de tudo. E fiz umas cinco centenas de empreendimentos. Para isso, tem que estudar pelo menos uns 5.000 casos. Isso me deu um grau de percepção e uma velocidade de decisão muito grande. Mas o maior e melhor conhecimento é o seu conhecimento intuitivo. Tem que olhar para o local e dizer: "Este serve ou este não serve."

Pergunta - Quais são os planos de expansão?

Peres - Eu costumo dizer que, na nossa estratégia, o importante é qualidade, e não quantidade. Temos hoje 13 shoppings, incluindo o recém-inaugurado Vila Olímpia. E como temos participação grande nestes shoppings, temos muito foco naquilo que administramos. O BarraShopping já teve várias expansões. Começou com 120 lojas, hoje é um complexo de 660 lojas. O ex-prefeito César Maia [Rio de Janeiro] me disse que o BarraShopping é a terceira atração turística do Rio de Janeiro, atrás do Pão de Açúcar e do Cristo Redentor. O shopping de BH passa agora pela sua sétima expansão. É o principal shopping da capital mineira. Em São Paulo temos o shopping considerado o melhor por duas vezes pela revista VEJA, que é o Morumbi Shopping.

Quero que você entenda que ser melhor não quer dizer ser maior nem ser de luxo. É aquele mais abrangente, mais democrático. Trabalhamos para os públicos A, B e C. Não nos concentramos somente na classe A. E tem que ser assim pois o extrato da população brasileira é esse. Estamos focando na classe C, que é uma realidade do Brasil. Em Campo Grande vamos fazer um shopping para a classe C e D com dignidade. Se conseguirmos tratar melhor esse consumidor, nós vamos ter uma resposta mais positiva

Pergunta - Que outros shoppings vocês vão construir?

Peres - Já temos mais de 500.000 metros de ABL [área bruta locável], mas é uma empresa que está crescendo fortemente. Este ano vai demonstrar um crescimento expressivo. Nossos shoppings são muito fortes, por isso cresceram na crise. Não tivemos um mês negativo. Estamos lançando e vamos construir mais quatro novos shoppings: São Caetano, Barra, Campo Grande e Jundiaí. A empresa tem recursos próprios - cerca de 800 milhões de reais em caixa - para fazer estes projetos e outros, que são bastante expressivos. A dívida líquida é negativa. A empresa vai gerar um caixa de 350 milhões de reais por ano em média, o que dá para fazer mais dois shopping centers por ano. Quando fiz o road show [para a oferta de ações da Multiplan], eu prometi às pessoas que em cinco anos eu dobraria o tamanho da empresa. Em menos de três anos, ela já é bem maior

Pergunta - O que mudou na Multiplan desde a abertura de capital?

Peres - Eu brinco muito dizendo que antigamente eu tinha um carro conversível de passeio. Era uma empresa fechada onde eu fazia o que queria. De repente, parece que me colocaram num carro de Fórmula 1 porque eu não posso parar de correr. Nós estamos na corrida, tentando a primeira posição.

Pergunta - A participação dos shoppings no varejo deve continuar crescendo nos próximos anos? A tendência é de interiorização?

Peres - Sem dúvida. Acho que vai crescer no interior e também nas grandes cidades. A tendência à concentração é inexorável. As cidades brasileiras estão se tornando caóticas - e somos um antídoto a esse caos urbano. Para o consumidor, os shoppings são parecidos com telefones celulares. São um antídoto contra a solidão, o maior fantasma da humanidade.

Pergunta - Os shoppings não têm no Brasil a mesma penetração que no mercado americano. O brasileiro já tem shopping à altura dos americanos?

Peres - Sim. Até melhores qualitativamente. Nossos sócios canadenses [o Ontario Teachers' Pension Plan] ficam impressionados com a qualidade dos nossos shoppings. O Canadá têm mais de mil shoppings e eles dizem que fazemos shopping melhor que eles.

Pergunta - Como você planeja o processo de sucessão na Multiplan?

Peres - Meus filhos estão trabalhando comigo. Temos também muitos jovens que foram se formando dentro desta escola. É uma equipe muito boa. Hoje meu principal trabalho é transmitir o meu conhecimento. Às vezes sou chato de contar histórias, mas isso é para que eles entendam a origem das coisas.

Pergunta - No Brasil de hoje, é mais fácil ou mais difícil que uma história como a sua se repita?

Peres - Acho que, na realidade, não há momento difícil quando você tem vocação e gosta daquilo que faz. Quando você coloca amor a tudo que faz, agrega valor, o tempo não pesa, o seu trabalho se transforma num hobby. Então você acaba acertando. Até por medo de errar eu procuro ir a todos os detalhes, me esmerar ao máximo para não ser surpreendido. O sucesso é um somatório de detalhes. Nós fizemos de tudo: hotéis, shoppings, edifícios residenciais. Aqui na Barra somos autores dos três principais projetos de diferentes gêneros: o Golden Green (prédio residencial), o BarraShopping e o Centro Empresarial Barra.

Pergunta - Você tem uma ligação pessoal muito forte com a Barra?

Peres - Eu pessoalmente não sou um apaixonado pela Barra [zona oeste do Rio]. Eu nasci em Ipanema e me criei no Leblon. As minhas raízes são da zona sul. Mas eu sou realista. A minha família toda veio para a Barra e eu vim também. Montei uma arapuca e caí dentro dela. Acabei construindo o Goldem Green e vindo morar nele. Eu quebrei uma regra pois jurei que nunca moraria em nada que eu construísse, até para não ter chateação. Mas o negócio foi tão bem sucedido, o pessoal que comprou ganhou tanto dinheiro, que até hoje ninguém me cobrou nada naquele condomínio de 14 edifícios. Eu tenho um certo orgulho de falar dele pois, dificilmente, numa cidade você consegue fazer um campo de golfe em frente à praia.

Pergunta - A Multiplan tem planos para crescer fora do Brasil?

Peres - Eu já fiz empreendimentos em Miami e fiz o primeiro shopping de Portugal, que foi o Cascais Shopping, em sociedade com o grupo Sonae. Inauguramos em 1991 e hoje é um shopping espetacular, talvez o que mais fatura em Portugal. Depois saímos do negócio porque achávamos que era a hora de se concentrar no Brasil. O país atravessou fases muito difíceis até vir o Plano Real e estabilizar a moeda. A partir daí, entendemos que era o momento de investir no Brasil. Quando estivermos muitos capitalizados e quando se esgotarem as possibilidades aqui - o que não acontecerá tão cedo - será o momento de pensar em América Latina e até em outros países.

sexta-feira, outubro 30

JOVENS TÊM UMA VISÃO TURVA DO TRABALHO

Vídeo da Exame TV com Raul Rosenthal, sócio da consultoria Íntegra e professor da USP. Segundo ele, os jovens precisam cultivar os sonhos para ter sucesso, e não podem só olhar para salário, nem querer ficar milionário em dois anos. Simples, óbvio, mas muito bom.

quinta-feira, agosto 6

INTELIGÊNCIA E PRATICIDADE NA HORA DE CONSUMIR SOB IMPULSO DO DESIGN E DA PROPAGANDA

Empresas preocupadas com causas socioambientais têm a preferência dos compradores; estes, por sua vez, tornaram-se mais exigentes, práticos e conscientes; as crianças exercem enorme influência na hora da compra dos pais; os produtos compactos e diferenciados são os mais procurados graças à melhor adequação aos bolsos. Dentre outras considerações, Tathiane Frezarin, gerente de novos negócios da LatinPanel, lista estas que citamos como as principais características do público brasileiro na hora de escolher o que adquirir.

Em palestra realizada pela Associação Brasileira de Embalagens (Abre) em São Paulo, nesta chuvosa manhã de quarta-feira, 29 de julho, Frezarin, embasada pelas pesquisas de conhecimento do comportamento do consumidor, falou para aproximadamente 60 participantes sobre o novo perfil do público nacional.

Crise? Ela não passou em brancas nuvens na conferência, mas, conforme pontuado pela executiva, nem em seus piores momentos fez com que o otimismo tupiniquim diminuísse demasiadamente – ao ser aferido, o índice que era de 90% em dezembro de 2008 passou para os atuais 77% entre os nossos cidadãos. “A crise deixou o brasileiro em dúvida na hora de comprar e fez com que, com a readequação dos bolsos, o consumo fosse mais voltado aos produtos para o lar”, atesta Frezarin.

“O bolso do cidadão é um só, o refrigerante que ele compra vai competir com os gastos da viagem familiar, com a conta do celular e assim por diante. O consumidor se tornou muito mais seletivo e exigente", enfatiza a profissional, ressaltando, porém, que o brasileiro não se importa em pagar mais caro pelos produtos que agregam valor e praticidade à vida cotidiana.

Que o Brasil é emergente e tem conquistado enorme destaque no cenário econômico mundial já estamos cansados de ouvir. Contudo, foi apresentada pela palestrante uma redefinição de nossa pirâmide social. “As classes D e E subiram para C e essa está se fortalecendo gradativamente.”

Os lares compostos por uma ou duas pessoas têm crescido a cada ano no País, consequentemente, um novo nicho consumidor foi gerado, fazendo com que a venda de produtos funcionais, como cereais, iogurtes, lasanhas pré-cozidas e pizzas, subisse significativamente. Outro fator que impulsionou o consumo foi o aumento da participação das mulheres na renda familiar. “Estamos presenciando uma inversão de papéis. Hoje em dia, para se ter uma ideia, 37% das mulheres consomem cerveja e 40% dos homens compram cremes e loções”, destaca Frezarin.

Outra importante constatação da conferencista: os consumidores estão muito mais preocupados com a saúde e levam – e muito – em consideração a questão da sustentabilidade. A chamada “consciência verde” tem pautado cada vez mais o consumo brasileiro, segundo os estudos realizados pela LatinPanel.

Mesmo com as novas posturas adotadas na hora da compra, Frezarin assevera que o comprador, além de não abrir mão das promoções, continua sendo orientado pela publicidade e é ávido por inovações. Fato esse que, de acordo com a palestrante, exige maior empenho dos vendedores, pois a fidelização do público tem se tornado uma difícil tarefa.

Portal da Propaganda - Bruno Castro - 29/07/2009 19:50
http://www.portaldapropaganda.com/marketing/2009/07/0005

quinta-feira, junho 25

GERENTE DE E-COMMERCE. A PROFISSÃO DO FUTURO

Uma pesquisa recém-concluída pelo Profuturo (Programa de Estudos do Futuro) da FIA (Fundação Instituto de Administração) aponta as carreiras mais promissoras e que se consolidarão até 2020. Entre elas, a carreira de Gerente de Comércio Eletrônico aparece em terceiro lugar.

A fundação ouviu 96 especialistas na primeira rodada de contatos e outros 112 depois, seguindo metodologia qualitativa -que não necessita de amostra representativa.

"As carreiras estão ligadas a tendências e demandas da sociedade, principalmente inovação, qualidade de vida e sustentabilidade", afirma a professora da FIA Renata Spers.

A carreira citada pelo maior número de especialistas (72%) foi a de gerente de ecorrelações. "Está ficando clara a necessidade de empresas terem executivos que dialoguem com ONGs, consumidores e governo sobre sustentabilidade. Serão cada vez mais necessários, diante do crescente grau de consciência do consumidor", avalia o diretor-presidente do Instituto Akatu, Helio Mattar.

A segunda mais mencionada (67%), a de CIO (Chief Innovation Officer), foca o desenvolvimento tecnológico e a educação continuada, e não só a criação de produtos, diz Spers.

Para Paulo Sérgio Quartiermeister, diretor do Centro de Inovação e Criatividade da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), esse profissional deve ter habilidade de se relacionar -pois enfrentará resistências-, não pode ser avesso a riscos e precisa de excelente formação.

Em terceiro lugar, vem o gerente de marketing e-commerce (46%). Para Agenor Castro, diretor de marketing do Yahoo! América Latina, ele foca várias mídias on-line, como internet e TV digital. "O marketing deve estar onde o consumidor está."

Já para Sérgio Herz, diretor da Livraria Cultura, o ideal é não separar o marketing virtual do da loja, pois o consumidor é cada vez mais "multicanal". Foram listadas como promissoras também as carreiras de conselheiro de aposentadoria (39%), coordenador de desenvolvimento de força de trabalho e educação continuada (35%) e "bioinformationist" (34%). A primeira auxiliará o executivo ao preparar a aposentadoria. Já o coordenador de desenvolvimento ajudará o profissional a se qualificar melhor. "Os "bioinformationists" serão aqueles que se dedicarão às pesquisas na área genética, por exemplo, para que isso seja aplicado em técnicas clínicas e medicamentos", diz Spers.
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Fonte: http://bloglojavirtual.ikeda.com.br/

quarta-feira, agosto 13

Comunicação que envolve



Muito tem sido afirmado sobre os novos paradigmas da comunicação para o futuro próximo. Uma das mais comentadas e aceitas é a de que a propaganda terá de ser relevante para o consumidor, isto é, proporcionar algum benefício além da mera informação sobre ou produto ou o riso por ver uma idéia legal.
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O Guaraná Antartica, em ação criada pela DM9, desenvolveu um site bem bacana que adota este conceito (veja abaixo). Muitos podem dizer que, por se tratra de um site, é bem mais fácil fazer conteúdo relevante. Concordo.
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Porém, vale lembrar, que em grande parte, os sites criam conteúdos pouco relevantes, quase inúteis. Sejamos francos: baixar tela de descanso, assinar news ou usar um joguinho não é nenhum exemplo de utilidade.
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E vale lembrar que relevância, nos termos que falamos, exige que a comunicação integre a marca com o universo do consumidor, permitindo envolvimento mais forte e duradouro.
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De qualquer forma, a discussão é grande e a oportunidades, imensas.
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Guaraná Antarctica acorda torcedores
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O Guaraná Antarctica, patrocinador oficial da Seleção Brasileira de Futebol, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, lança uma ferramenta, criada pela DM9DDB e desenvolvida pela TV1.Com, para acordar torcedores que querem acompanhar todos os jogos pela madrugada ou no início da manhã.
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Ao acessar o site do Guaraná Antarctica, os visitantes poderão, na página dedicada à Seleção Olímpica, fazer o download do widget “Despertador GA”.
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Já instalado no computador, o aplicativo mostra o próximo jogo, apresenta o resultado do jogo anterior, faz contagem regressiva a partir das 24 horas que antecedem cada partida e, cinco minutos antes de cada jogo, avisa os torcedores com mensagens na tela e uma gravação em áudio, que faz o barulho da torcida e avisa: “Acorda! Vai começar mais um jogo do Brasil.”
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terça-feira, agosto 12

Os hábitos de lazer dos homens (pais)

O Instituto Ipsos levantou alguns dos principais hábitos de lazer de homens com 18 anos ou mais, casados e com presença de crianças ou jovens no lar, em nove mercados do Brasil.
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O hábito com maior destaque foi o de 'ouvir música', declarado por 84% dos homens envolvidos no estudo. Em seguida, aparecem 'assistir filmes em VHS/DVD' (63%), 'fazer churrasco' e 'andar/caminhar' (51% cada).
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A partir das respostas, a pesquisa conclui que, em geral, os hábitos de lazer mais praticados pelo target são aqueles que precisam mais de tempo do que de dinheiro.
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O estudo foi realizado em função do Dia dos Pais.
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Hábitos de lazer:
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Hábito / Percentual
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- Ouvir Música 84%
- Assistir a filmes em DVD/VHS 63%
- Fazer churrasco 51%
- Andar/caminhar 51%
- Viajar (pretende viajar nos próximos 12 meses) 42%
- Cozinhar 41%
- Ir à praia 39%
- Andar de bicicleta 37%
- Fazer compras em shopping center 37%
- Comer ou passear em shopping 32%
- Jantar fora 27%
- Ler livros para fins de lazer 26%
- Praticar esportes em equipe 26%
- Pescar 21%
- Assistir futebol em estádios 19%
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Fonte Ipsos: Estudos Marplan/EGM – Abril/2007 a Março/2008 (9 mercados) – GALILEO. Pais: Homens, 18+ anos, casados com presença de criança/jovens no lar. Universo do Target: 6.316.000
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sábado, agosto 9

Cada pessoa é um universo particular

Lendo o blog de uma grande amiga, encontrei o texto abaixo que muito me chamou a atenção. Primeiro, pela espontaneidade de suas palavras. Segundo, pelos detalhes nas sensações que ela expressa. E por fim, em terceiro, por algumas lições que aprendi sobre mulheres e que vou utilizar no meu casamento!
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Como amigo, entendo as palavras desta amiga por uma vertente muito particular, mas quero aplicá-lo ao nosso contexto da comunicação. Leia-o abaixo e veja as considerações depois:
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Ninguém perguntou!
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Mas o meu possível amor tem que ter senso de humor. Tem que principalmente me fazer rir e isso é sério; fazer com que eu ria requer certa dose de genialidade. Tem que ser mais inteligente do que eu. Tem que gostar de bons livros, filmes e ter bom gosto musical. Tem que entender que vou desafiá-lo todos os dias simplesmente pelo prazer (e na esperança) de ser vencida.
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Tem que gostar de animais. Seria bom se fosse nerd pois amo nerds de um modo geral, mas tudo bem se não for. Tem que me beijar a boca suavemente, morder os lábios levemente e caprichar nas carícias no pescoço, a minha tara. Tem que gostar de beber cerveja e ser PhD em conversa de bar. Tem que preferir a casa dos amigos às baladas. Tem que gostar de comer e se souber cozinhar eu já morro ali mesmo de paixão.
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Não pode ter vergonha da minha espontaneidade e tampouco de minhas mãos, pés e cicatrizes - físicas e emocionais. Tem que saber que cago para presentes. Tem que questionar o padrão convencional de casamento. Alto, baixo, magro, gordo, loiro, moreno, sãopaulino, não importa. Teria que ser ateu, mas sendo agnóstico já considero. Tem que apoiar a minha necessidade de ficar só. Tem que no mínimo falar inglês.
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Com relação a sexo, ele tem que ser bom de cama, claro, mas sê-lo naturalmente e mais: precisa estar ciente de que de santa só tenho a cara - ele mais que ninguém tem que ver isso. Tem que ser muito cheiroso e aparar a barba, ai, a barba. Tem que saber escrever decentemente, o que não significa escrever sempre corretamente, senão compreensivelmente.
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Mas acima de tudo ele precisa ter caráter e entre nós precisa haver respeito e cumplicidade, sem os quais nada do que veio antes faz sentido.
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Comentando...
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Basicamente, ela quer um Namorado. Mas não é só isso, como percebemos. Da mesma forma, cada pessoa, ao expressar um desejo, resume em poucas palavras um conjunto de sentimentos, sonhos, percepções, vontades, desejos, medos e tudo mais que possa se imaginar.
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Na próxima vez que você planner for pensar nas pessoas para um trabalho, aprofunde-se nelas. Pare de pré-julgar, pare de enquadrá-las em tipos.
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E tudo isso se resume em: Entenda que cada pessoa é um universo particular.
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segunda-feira, agosto 4

O poder do coração

É fascinante observar como a motivação genuina, fruto de uma auto-estima em alta e estimulada por contextos ou situações, podem mover homens e mulheres para conquistas, mudanças e superação de desafios.
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E nisso é interessante observar como nossas marcas, produtos e esforço de comunicação podem alcançar e envolver consumidores muito além da compra: elas podem se transformar no ponto de starter ou superfície para novos hábitos e estilos de vida.
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Se você acha um pouco exagerado esta afirmação, leia a matéria abaixo, retirada do G1. Observe o trecho em azul.
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Mulheres morenas ganham mais que loiras, diz pesquisa
Pesquisa com 3 mil mulheres diz que morenas também têm mais sorte no amor.
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Segundo o levantamento, conduzido pela empresa de cosméticos Schwarzkopf & Henkel, as morenas ganham anualmente, em média, cerca de £4,2 mil libras (R$12,9 mil) mais do que as loiras. Além disso, os resultados apontam ainda que as morenas são mais bem sucedidas na vida amorosa.
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De acordo com a pesquisa, 44% das morenas naturais ou que pintam os cabelos afirmaram que a cor dos cabelos ajudou no sucesso com o parceiro - uma diferença de 10 pontos percentuais com relação às loiras (34%) que afirmaram o mesmo.
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Entre as morenas, 20% afirmaram que tiveram pelo menos cinco relacionamentos amorosos no passado, comparados com apenas 13% das loiras entrevistadas na pesquisa.
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"As morenas estão subindo na vida profissional mais rápido e têm mais sorte na vida amorosa, o que pode explicar o sucesso de artistas como Catherine Zeta-Jones e Kelly Brook", afirma Camila Lobo-Guerrero, porta-voz da empresa.
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Impacto
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O levantamento sugere ainda que a cor dos cabelos afeta a percepção das mulheres sobre a vida e sua auto-estima - uma em cada sete mulheres entrevistadas afirmou que se sentia mais sensual quando pintava os cabelos.
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Segundo os resultados, a principal razão pela qual as mulheres decidem mudar o tom do cabelo é porque não gostam da cor natural das madeixas e tentam pelo menos três cores diferentes ao longo da vida.
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A pesquisa indica que o vermelho é a primeira tonalidade testada pela grande maioria das mulheres, mas é a cor que as mulheres passam menos tempo usando - em média, ficam dois anos com os cabelos ruivos.
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Já aquelas que optam por pintar o cabelo de preto, diz o levantamento, ficam pelo menos três anos com a mesma tonalidade. Com os tons marrons, a maioria fica com os cabelos pintados cerca de quatro anos.
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De acordo com a sondagem, os tons loiros são os que as mulheres passam mais tempo usando e são capazes de passar em média seis anos pintando os cabelos desse tom com freqüência.
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Concluindo
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Mais do vender produtos ou marcas, nós proporcionamos novas experiências para nossos consumidores. E estas não se limitam ao universo restrito do produto, mas podem alterar completamente a vida de uma pessoa. É bom pensar nisso. Neste ponto pode estar o poder das grandes marcas.

sexta-feira, agosto 1

Planejamento hoje

Excelente entrevista do Mundo Marketing sobre o planejamento.

Planejamento (diferente) ganha espaço e importância nas estratégias de Marketing


É cada vez mais comum ver o Marketing unindo o departamento de comunicação em prol de um melhor atendimento ao consumidor. Atualmente o profissional de planejamento está mais próximo das estratégias de Marketing e é comum vê-los no campo procurando soluções para um bom planejamento.
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A integração do planejamento com o departamento de Marketing foi tema principal do evento dedicado ao setor que acontece todo ano nos Estados Unidos. Em 2008 a conferência de Planejamento da American Association of Advertising Agencies (AAAA) teve foco nas mudanças da comunicação e na integração do Planejamento com a criatividade.
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Presente no evento “Four A”, Fernando Diniz, Diretor de Planejamento da agência Y&R, do grupo WPP, conta ao Mundo do Marketing a importância do Planejamento no processo complexo de entender e satisfazer as necessidades do cliente. De acordo com ele, o evento internacional serviu para mostrar que o Brasil está alinhado ao mercado mundial e não deixa a desejar no quesito criatividade.
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O que mais se discutiu no “Four A” deste ano? .

O que mais me chamou a atenção foi o consenso entre as idéias e tudo o que foi falado tinha uma pincelada em comum. Nada que nós no Brasil não tenhamos pensado. Um dos pontos mais citados foi a visão de como se comunicar com o consumidor e a necessidade de olhar para ele menos como consumidor e mais como pessoa. Conexões artificiais e a venda agressiva dos atributos dos produtos são características do mercado de hoje.
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A discussão também abordou a falta da troca de idéias com consumidores, um importante fator para aumentar o desejo de se relacionar com uma marca. Um bom exemplo é o case OMO, que passou anos falando que resolvia o problema da roupa suja e hoje elevou o nível da conversa e adotou o discurso de que se sujar faz parte da infância. Esse é um bom exemplo do que foi discutido.
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É preciso propor uma troca com o consumidor. Vimos muitos cases de Internet, que é um meio que desponta como fundamental para fazer a troca estimulando o usuário a assistir e recriar em cima do que ela oferece. Temos que compartilhar em vez de apenas entregar um serviço.
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Qual a melhor maneira de se planejar uma estratégia?
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Hoje o principal é ter uma equipe eclética porque o papel do profissional de Planejamento é muito multidisciplinar e ele também tem que ter conhecimento sobre o mercado. Muitos profissionais trabalham integrados com a indústria, a fábrica e até com o setor responsável pelo desenvolvimento da embalagem do produto.
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Somos uma espécie de ONU da comunicação, porque temos profissionais ecléticos para falar em linguagens diferentes. Na Y&R, a nossa área de projetos digitais está ao lado do setor de Planejamento. A verdade está lá fora e por isso temos que ir para a rua, entrar no ônibus, suar a camisa e conversar com as pessoas. Estamos num país onde a maioria da população está na classe C e D. Se você não se misturar estará fazendo comunicação para inglês ver. Precisamos ser socialmente orgânicos.
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Quais as principais diferenças entre o planejamento brasileiro e o que é feito nos países desenvolvidos?
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A criatividade ainda é o forte do profissional brasileiro. Sempre disputamos prêmios internacionais de criatividade e fazemos isso há muitos anos de forma concreta. No Brasil, a cultura é diferente e temos um jeito característico de conversar com o consumidor. Somos criativos e isso influencia no nosso jeito de trabalhar.
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O Brasil é maduro no segmento de Planejamento, que é novo no mercado se comparado com a Europa. Temos um bom nível de planejadores, apesar de o mercado estar precisando de gente preparada. Esta é uma área que cresce no país e está em busca de profissionais.
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O Planejamento às vezes é muito baseado somente em resultados de pesquisa?
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Não. A pesquisa é fundamental, mas às vezes uma prosa com a dona-de-casa, com o motoboy pode fazer a diferença em um planejamento estratégico de comunicação. Pesquisa é e sempre será importante, mas temos que ter cuidado porque as decisões não vêm do resultado da pesquisa e sim da interpretação do resultado através do profissional de Marketing.
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A pesquisa é uma lanterna, mas sozinha não mostra o caminho da saída. É a base do trabalho de planejamento, mas o mercado às vezes fica preso nas pesquisas e esquece as idéias. O problema é o que as pessoas fazem com as pesquisas. Fala-se muito em inovação, mas o mercado está sempre fazendo mais do mesmo. "Insanidade é fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes" (citando Albert Einstein).
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Quais as características de um planejamento de sucesso nos dias de hoje?
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Um bom planejamento começa com o entendimento do problema (do cliente). O primeiro passo é saber qual o problema para depois entender o cliente e saber como ele está lidando com o problema.
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O jeito de interagir com o consumidor hoje é fundamental para definir a idéia e ter inspiração. Desta forma o Planejamento serve como uma catapulta para a criação. Trocar idéias durante o processo de desenvolvimento de planejamento é fundamental.
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Nossos melhores projetos foram feitos com a ajuda e o envolvimento com a criação. Planejar é um trabalho que está nos bastidores da estratégia de Marketing, trabalhando na concepção do negócio, preparando todo o terreno para o desenvolvimento da comunicação correta.
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Quais as tendências em planejamento no Brasil e onde estão as principais oportunidades?
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A interatividade não tem volta. É da natureza humana falar de troca e os consumidores hoje fazem campanhas para empresas. O poder está cada vez mais com o consumidor e isso só tende a crescer. No planejamento a demanda vai aumentar cada vez mais porque teremos mais gente trabalhando de forma integrada com outros departamentos.
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Hoje estes profissionais estão sendo mais aceitos por colegas de outros setores e isso ajuda no processo criativo. Em pouco tempo será comum ter esses profissionais dentro do departamento de Marketing e em algumas empresas isso já acontece.
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A Internet facilitou o trabalho do Planejamento, já que hoje a interatividade é uma ferramenta usada na maioria das estratégias de Marketing?
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Talvez a interatividade dificulte o trabalho de planejamento porque é cada vez mais desafiadora. Ela obriga o profissional a abrir novas formas de conversar com as pessoas e ainda tem que ser interessante. A estratégia digital desafia a forma de pensar e faz o profissional achar ângulos diferentes para ações interessantes. Sem dúvida esta característica torna o nosso trabalho muito mais excitante.
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Por Thiago Terrathiago@mundodomarketing.com.br
Mundo do Marketing: Publicado em 28/7/2008

Saindo da caixa

Estive pensando nestes dias sobre como estamos tão imersos no mundo da propaganda a ponto de esquecermos (ou não termos tempo) para buscar novas referências em outras fontes.
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É comum acessarmos diariamente estes sites: ccsponline, mmonline, brainstorm9, portal da propaganda, entre outros. Buscamos o que há de novo em idéias, anúncios, ações, seja no Brasil ou no Mundo. E, na boa, isso é muito bom, porque realmente nos dá uma bagagem importante. Contudo, é fundamental consultarmos novas fontes. Pensar um pouco com os olhos dos outros.
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Tenho me desafiado nisso: pensar diferente. Olhei recentemente para meus últimos planos e percebi o quanto eles se parecem na essência - a mesma estrutura de pensamento. Cada plano é bem singular, específico para cada cliente. Idéias diferentes, mas caminhos semelhantes. Sempre, o olhar publicitário.
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Trocando em miúdos é o seguinte. Por mais diferente que cada job seja, acabamos por pensar do mesmo jeito: varejo ou institucional; posicionamento ou reposicionamento, campanha tradicional ou alternativa. Ou seja, mantemos a estrutura de pensamento de publicitários, de comunicadores.
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É evidente que nosso negócio é este: comunicação. E assim, é inevitável que grande parte do trabalho se resuma em peças, ações promocionais, eventos ou algo parecido. Mas o nosso foco deve ser buscar novas percepções, através da capacidade de entender a realidade do cliente através de novos olhos. De preferência, umas 2, 3, 4 visões diferentes.
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Para isso, tenho buscado 2 caminhos, que sugiro aos meus leitores:

- Ler menos de propaganda, marketing, e tudo que esteja ligado diretamente a nossa área, para buscar novas referências.

- Ser mais seletivo no que eu leio da nossa área. Tem notícia demais e conteúdo relevante de menos ultimamente.

Uma excelente apresentação faz muita diferença

Existem lições de planejamento que só se aprende com o dia a dia. E uma das mais importantes para mim, recentemente, é a importância de se fazer uma boa apresentação.

Pode parecer uma afirmação quase óbvia, mas a verdade é que, via de regra, grande parte dos planners se preocupam mais em colocar tudo o que pensaram em seus slides, do que necessariamente em transmitir a informação de forma interessante para os clientes.

Assim como consumidores, nossos clientes, ainda que homens e mulheres de marketing, são ávidos por serem encantados. Tudo bem que eles adoram números, fatos, argumentos. Mas, e se tudo isso vier num pacotinho bem apresentado com criatividade, inteligência e simplicidade?

Uma linha comum entre planners mais experientes é construir a apresentação quase como uma estória, com vídeos, imagens e sons que dinamizam a compreensão de assuntos tão técnicos como diagnóstico, estratégia, posicionamento.

O problema é que cada plano assim exige tempo e envolvimento redobrado - além do próprio processo de planejar, tem-se de fazer uma excelente apresentação.

Particularmente tenho buscado o caminho do meio para o cotidiano de uma agência de fluxo intenso e poucos profissionais. Tenho procurado realizar apresentações mais bem formuladas do que o simples powerpoint, incrementando-o, mas sem necessariamente 'viajar' demais.

Percebo que a riqueza de uma apresentação para planners não está apenas num excelente powerpoint, flash, ou seja lá o programa ou suporte utilizado - mas no todo.

Boa capacidade de oratória, fluência no falar e transmitir o conteúdo, um ambiente agradável, a adoção do estilo correto para o seu cliente, entre outros, formam um conjunto harmonico que permite que as boas idéias sejam bem transmitidas e conquistem seu público-alvo imediato: quem paga a conta da agência.

Neste sentido, quero sugerir algumas dicas:

- Ambiente influencia muito. O cliente na sua empresa se sente muito seguro, na agencia, se sente um pouco acuado. Mas num ambiente mais neutro, a mente flui e ele fica mais aberto para ouvir, discutir e pensar nas nossas idéias.

- Gerar expectativa abre portas. Antes de uma grande apresentação, ou mesmo nas dos dia a dia no cliente, sempre é bom gerar uma curiosidade antes sobre seu plano. Deixa o coração mais molinho. hehe. Mas não é bom exagerar. Pertinencia, simplicidade e criatividade são fundamentais.

- Transmita a essência e conte o resto depois. Tradicionalmente, os planos são assim: uma análise e diagnósticos longos, uma expectativa na hora das estratégias e posicionamento, e só depois as peças da criação. Aqui a idéia é ir crescendo até o gran finale. O problema é que no meio do caminho, o cliente já está ficando um tanto exausto. Tenho tido boas experiencias apresetando rapidamente a analise e diagnóstico e chegando logo a apresentação do conceito criativo, e depois fazendo uma meia volta para apresentar os detalhes da analise e o plano de ação - tudo sempre se rementendo ao conceito. Fica até mais facil, porque o cliente vê a cristalização prática do que você está apresentando.

Pós

De outro lado, depois de um plano bem sucedido, vende-lo como um verdadeiro case é outra receita importante para planejadores e, sobretudo, agencias.

Como referência de uma boa apresentação pós plano aplicado, deixo aqui o vídeo da Bullet para o case famoso e premiado da Kibon.

Case - promoção Kibon "iPod no palito"

quarta-feira, julho 30

Nos EUA, 1/5 da população assiste tv via web

Leiam o texto. Depois os comentários.
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Um quinto dos norte-americanos que assiste TV está deixando o meio para conferir os programas no horário nobre via web, em especial mulheres que trabalham. O dado foi constato por meio de pesquisa realizada pela Integrated Media Measurement Inc. (IMMI).
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O estudo mostrou ainda que 50% das pessoas que assistem TV pela web optam por essa mídia para ver programas assim que eles se tornam disponíveis e "demonstram estar começando a usar o computador como um substituto de seus aparelhos de TV", segundo apurado.

A outra metade usa a internet para assistir programas que eles tenham perdido na TV ou para assistir de novo programas e episódios que já tenham visto, de acordo com a IMMI.

Segundo Amanda Welsh, chefe de pesquisas da IMMI, "este é o primeiro estudo que mostra que há uma quantia significativa de pessoas assistindo programas no horário nobre pela internet e que não estão assistindo parte desses programas pela televisão".

O estudo mostra que o maior grupo de pessoas que assistem TV pela internet é formado por mulheres brancas, de alto poder aquisitivo, de nível escolar elevado e que trabalham, da faixa etária de 25 a 44 anos.

Foram pesquisadas 3 mil pessoas em Nova York, Chicago, Los Angeles, Miami, Houston e Denver para a pesquisa, que tiveram sua navegação na internt monitorada por um software instalado pela IMMI.

Com informações da Reuters.
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Comentários
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Esta pesquisa tem algumas lições valiosas.
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1. Mais do que uma guerra novas tecnologias versus velhas tecnologias, vemos a internet como uma extensão da tv, uma continuação que acrescenta e reforça os conceitos de integração dos suportes e mídias.
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2. A tv não vai morrer, e isso não se deve apenas à tv digital, mas sobretudo porque as pessoas continuam gostando de tv. A diferença é que agora elas podem 'levar a tv' para onde quiserem através da web.
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3. Relembrar o passado não é uma oposição a Inovação, o que demonstra a necessidade de olharmos com mais atenção para a manutenção ou mesmo reedição daquilo que é sucesso de comunicação, frente a comum atividade de inventar tudo de novo.
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terça-feira, julho 29

Case Pedigree

Lendo o Blue Bus, encontrei este relato do case Pedigree escrito pela Patricia. Vale a pena.
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Uma marca que faz o que diz
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O case Pedigree foi o 1o exemplo hoje aqui na Conferência de Planejamento, em Miami, de uma marca que resolveu redefinir o seu propósito e ditar todas suas açoes a partir dele. Na essência, a Mars, dona da marca Pedigree, percebeu que para continuar crescendo precisaria deixar o lugar do meio - de um lado ela era pressionada pelas marcas próprias dos varejistas; de outro marcas premium se posicionavam como especialistas em comunicaçao. A saída foi se voltar para o consumidor e buscar um insight que tornasse a marca ainda mais relevante.
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Como quase sempre acontece com idéias geniais, foi só olhar para o óbvio e se apropriar do envolvimento emocional que os donos têm com seus cachorros. Segundo John Anton, diretor de marketing da Pedigree, 65% dos proprietários de animais de estimaçao colocam o cachorro nas fotos de família e 16% chegam a fazer festas de aniversário para seus caes.
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Pois bem, a Pedigree passou a colocar os caes no centro de tudo e chegou no conceito Dogs Rule. Agora, tudo que a empresa faz é pelo amor aos cachorros. Por isso, os funcionários podem, por exemplo, levar os cachorros para trabalhar ou colocar uma foto do seu animal no verso do seu cartao de visita.
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A melhor parte do case foi a apresentaçao da campanha 'The Pedigree Adoption Drive', veja anterior no Blue Bus aqui. Cada vez que você compra uma embalagem de Pedigree você faz uma doaçao para entidades que promovem a adoçao de cachorros. Para divulgar esta campanha, que obviamente está presente em várias mídias, da embalagem a internet, foram feitos filmes inusitados para a categoria.
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Os caes aparecem atrás das grades, o que fez 14,000 consumidores entrarem em contato com a empresa para saber como poderiam adotar um deles, o Eko clique na imagem abaixo para ver um dos comerciais. Muito corajoso e extremamente envolvente. O resultado sao vendas que crescem 2 dígitos a cada ano, desde o lançamento do Manifesto Dogs Rule, em 2005.
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Fonte: Blue Bus


Briefing: inventar o sinal de pare.

E se uma agência de propaganda tivesse de inventar o sinal de pare, como seria? Vejam e se divirtam.


sexta-feira, junho 20

Sociedade das idéias

Video com palestra do Ken Fujioka e Daniel de Tomazzo, na Conferencia de Planejamento do GP em 2006. Tema: Sociedade das idéias.